quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Guerra ao abuso sonoro: Prefeitura destrói 287 paredões de som

Mauri Melo
                     Paredões de som destruídos


O que o prefeito Roberto Cláudio fizer de correto por Fortaleza eu estou disposto a apoiá-lo. Em 2012, votei em Inácio Arruda (PCdoB) no primeiro turno, em Elmano de Freitas (PT) na segunda etapa. Nunca me arrependi de ter feito essas opções. Ao contrário, sinto-me muito honrado. Sou crítico da administração do atual gestor de Fortaleza no que se refere à retirada de árvores das avenidas de Fortaleza e ao sinistro plano de destruir a Praça Portugal, além do abandono que relegou o Passeio Público, tão bem cuidado por sua antecessora Luizianne Lins. A velha Praça dos Mártires volta agora a ser o que era em passado não muito distante: local perigoso e inviável para passeios saudáveis.
 O amigo Mariano Freitas, no entanto, chama-me a atenção, no Facebook, para a destruição de 287 paredões de som pela Prefeitura, fato noticiado pelo jornal O Povo. Ô coisa boa! Quase três centenas dessa parafernália do meio dos infernos haviam sido apreendidas em operações da Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), informa OP. Seus proprietários, se fosse por mim, deveriam estar presos sem direito à fiança, estavam dispostos a infernizar o sossego dos fortalezenses no período de Carnaval. Canalhas!
Se não fosse agnóstico, eu diria: deus me perdoe, mas desejaria ver um indivíduo sádico desse preso durante 24 horas em um cubículo à prova de som (para proteger os tímpanos de quem estivesse do lado externo) junto com um paredão adquirido pelo transgressor ligado no volume máximo apenas com uma música sem nenhum intervalo: a de pior qualidade entre a seleção de porcarias. Ele veria o que é bom para tosse.
Observa-se fato interessante: o gosto musical de um retardado mental desse é proporcional ao volume do paredão que ele utiliza. Quanto mais alto, maior a quantidade de dejetos “musicais”. Alguém, por acaso, já ouviu Adagio, de Tomaso Albinoni em um paredão de som? A Nona Sinfonia de Beethoven? Os Noturnos de Chopin? Algum dos Concertos de Brandenburgo de Johann Sebastian Bach? Nunca! O que se ouve são “sucessos” de última hora (pseudoforrós, baianices e carioquices (funks) de baixíssima qualidade). “Composições” de vida mais efêmera do que a de uma mosca.
Por questão de justiça, devo destacar o trabalho realizado, com muitos êxitos obtidos, pelo então secretário de Meio Ambiente e Controle Urbano (Semam), Deodato Ramalho (2006 a 2007),
na gestão da prefeita Luizianne Lins.
Porém, a atual secretária de Urbanismo e Meio Ambiente Águeda Muniz, administração Roberto Cláudio, já deu mostras de que não está disposta a transigir com o abuso sonoro. Que continue essa boa vontade! A população de Fortaleza agradece.
Deixo sugestão à eficiente secretária: que tal disciplinar o problema dos carrinhos de mão bregas que circulam pelo Centro de Fortaleza a vender CDs piratas em alto volume? Não me incomoda a questão da pirataria (muito complexo para a Prefeitura tomar para si a questão), mas o abuso sonoro.  O pessoal até que poderia vender os CDs, desde que não os tocassem. Pedir para colocar em volume normal é malhar em ferro frio. Que se apreendam as caixas de som!
A gestão Roberto Cláudio encontrará incentivo em toda ação que fizer em benefício da cidade. Mas o caminho não é retirar (ou cortar) árvores numa capital tão necessitada de sombra, de verde, e muito menos destruir logradouros belíssimos como a Praça Portugal.

  

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