Ator, compositor, poeta e escritor Mário Lago
O Prêmio Verdadeiro Mário Lago será entregue nesta segunda-feira, às 20
horas, no Espaço Bip Bip, no Rio de Janeiro. Trata-se de resposta da família do
ator e compositor à concessão do Troféu Mário Lago 2014 ao jornalista,
editor-chefe e apresentador do Jornal Nacional (Rede Globo), William Rede Bonner,
no último dia 21 de dezembro.
A honraria vem sendo concedida pela Rede Globo desde 2001 e o primeiro
homenageado foi o próprio Mário Lago, falecido em 30 de maio de 2002. O Troféu
Mário Lago 2013 foi outorgado à atriz Fernanda Montenegro.
JN TENDENCIOSO
William Bonner destacou-se em 2014 pela extrema rispidez com que tratou
a presidenta e então candidata à reeleição Dilma Rousseff, em entrevista no
Jornal Nacional, destoando com o tratamento dispensado a outros candidatos (as) no mesmo programa. A
falta de modos do apresentador foi acompanhada pela jornalista Patrícia Poeta,
colega de Bonner na apresentação do JN, que chegou a “abanar” o rosto da presidenta
da República com as mãos.
Além disso, a cobertura do Jornal Nacional foi considerada pelos
críticos da Rede Globo como excessivamente tendenciosa: implacável com a
candidata do PT e muito benéfica a Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB).
O próprio William Bonner teve de anunciar, entre constrangido e pesaroso,
a vitória de Dilma Rousseff no dia 26 de outubro de 2014, no segundo turno das
eleições presidenciais brasileiras, considerada uma das mais dramáticas e
disputadas da história do País.
NOJO
Graça Lago: "JN é panfleto global"
"Meu pai, Mário Lago, merece respeito. Enojada e revoltada com a
farsa que foi o Prêmio Mário Lago 2014. Com a audiência do JN despencando, o
premiado foi o editor geral do panfleto global. E tome elogios ao jornalismo da
Globo, à "ética, lisura e imparcialidade" do JN, à maneira "firme,
mas respeitosa" como Bonner conduziu as entrevistas com os
presidenciáveis, ao serviço prestado pelo JN à moralização do país... E tome
pau nas redes sociais "instrumentalizadas pelos partidos" para atacar
a globo e seu jornalismo. Nojo. Lá no infinito papai e mamãe devem ter ficado
muito revoltados. E atenção, Rede Globo, não sou instrumentalizada por ninguém
ou por nada. Sei pensar, refletir, fazer escolhas, opinar, me posicionar",
escreveu Graça em seu perfil no Facebook, no último dia 25 de dezembro. Graça
Lago tem recebido, desde então, diversas manifestações de solidariedade.
Choveram pedidos de amizade no seu perfil no Facebook.
PRÊMIO VERDADEIRO
Graça Lago, filha do grande ator, poeta e compositor Mário Lago,
anunciou ontem, sábado (24/1) no Facebook: “E nasceu! No próximo dia 26 de
janeiro, no espaço etílico democrático do Bip Bip, vamos anunciar o prêmio
desagravo VERDADEIRO MÁRIO LAGO. O grande júri, composto por Paulo Cesar
Figueiredo, Marcio Brant, Mario Filho Lago Mario e eu (Graça Lago), teve
algumas dúvidas tão excepcionais foram as indicações - os blogs progressistas,
Aldir Blanc e. ... a ganhadora.
Carioca, sambista, botafoguense, mangueirense, cantora da primeira linha, militante das causas democráticas e populares, guerreira, ela foi a grande escolhida.
Em honra da memória de Mário Lago, o prêmio irá para.Mais detalhes, no dia 26 de janeiro, às 8 da noite, no Bip Bip”.
Carioca, sambista, botafoguense, mangueirense, cantora da primeira linha, militante das causas democráticas e populares, guerreira, ela foi a grande escolhida.
Em honra da memória de Mário Lago, o prêmio irá para.Mais detalhes, no dia 26 de janeiro, às 8 da noite, no Bip Bip”.
Graça Lago faz mistério, mas pelo perfil que ela descreve, não é difícil
deduzir que a homenagem será entregue à cantora e sambista Beth Carvalho.
ESPAÇO BIP BIP
O Espaço Bip Bip, localizado na rua Almirante Gonçalves, nº 50, em
Copacabana, é considerado o símbolo da cultura e da esquerda carioca: Sobre o point,
diz Luísa Côrtes, em reportagem no jornal “Brasil de Fato”: “Diariamente é possível
ouvir o melhor do samba, choro e bossa-nova, em uma roda democrática, em que os
músicos sentam ao redor da mesa e os frequentadores colaboram fazendo o coro
das canções.
Já para quem deseja conversar, o próprio Alfredinho recomenda o bar da
frente. “Aqui a prioridade é a música, todos tocam sem receber cachê, pagando
sua própria cerveja, o mínimo que devemos é respeitar e fazer silêncio”,
costuma pedir em seus famosos “esporros”, que já viraram aplicativo em redes
sociais”.
MÁRIO LAGO, MILITANTE COMUNISTA
Filho do maestro Antônio Lago e de Francisca Maria Vicencia
Croccia Lago, e
neto do anarquista e flautista italiano Giuseppe Croccia, formou-se
em Direito pela Universidad do Brasil, em 1933, tendo nesta
época se tornado marxista. A opção pelas idéias comunistas fizeram com que
fosse preso em sete ocasiões:1932, 1941, 1946, 1949, 1952, 1964 e 1969.
Foi casado com Zeli, filha do militante comunista Henrique
Cordeiro, que conhecera numa manifestação política, até a morte dela em 1997.
O casal teve cinco filhos: Antônio Henrique, Graça Maria, Mário Lago Filho,
Luís Carlos (em homenagem ao líder comunista Luís Carlos Prestes) e Vanda.
Torcedor do Fluminense Football Club, chegou a declarar, na época
do primeiro rebaixamento do clube, que a virada de mesa em favor do tricolor
carioca havia sido uma atitude vergonhosa de todos os responsáveis, envolvidos
no esquema. Ele afirmava veementemente, que o time deveria ter voltado à
divisão de elite do Campeonato Brasileiro no campo, e não no tapetão.
CARREIRA ARTÍSTICA
Começou pela poesia, e teve seu primeiro poema publicado aos 15 anos.
Formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais na década de 30, na então Faculdade
de Direito da Universidade do Rio de Janeiro, atual Faculdade Nacional de
Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde
iniciou sua militância política no Centro Acadêmico Cândido de
Oliveira, então fortemente influenciado pelo Partido Comunista do Brasill,
PCB. Durante a década de 1930, a então principal Faculdade de Direito da
capital da República era um celeiro de arte aliada à política, onde estudaram
Lago e seus contemporâneos Carlos Lacerda, Jorge Amado, Lamartine Babo entre
outros.
Depois de formado, exerceu a profissão de advogado por apenas alguns
meses. Envolveu-se com o teatro de revista, escrevendo, compondo e
atuando. Sua estreia como letrista de música popular foi com Menina, eu sei de uma coisa, parceria
com Custódio Mesquita, gravada em 1935 por Mário Reis. Três
anos depois, Orlando Silva realizou a famosa gravação de Nada além, da mesma dupla de autores.
Suas composições mais famosas são Ai
que saudades da Amélia, Atire a
primeira pedra, ambas em parceria com Ataulfo Alves; É tão gostoso, seu moço, com Chocolate,
Número um, com Benedito Lacerda,
o samba Fracasso e a marcha carnavalesca Aurora, em parceria com Roberto
Roberti, que ficou consagrada na interpretação de Carmen Miranda.
Em Amélia, a descrição daquela
mulher idealizada, ficou tão popular que Amélia tornou-se sinônimo de mulher
submissa, resignada e dedicada aos trabalhos domésticos.
Na Rádio Nacional, Mário Lago foi ator de Rádio, ele atuou na
radionovela, especial da Semana Santa em 27 de Março de 1959: A Vida de Nosso
Senhor jesus Cristo, interpretando Herodes, e também roteirista,
escrevendo a radionovela Presídio
de Mulheres. Mas só ficou conhecido do grande público mais tarde, pela televisão,
quando passou a atuar em novelas da Rede Globo, como Selva de Pedra, O Casarão,
Nina, Elas por Elas e Barriga de Aluguel, entre outras. Também atuou em peças de teatro
e filmes, como Terra em Transe,
de Glauber Rocha.
Mário esteve na União Soviética. Mas os programas radiofônicos
produzidos no Brasil, que Mário mostrou aos soviéticos, foram por eles
qualificados de "burgueses" e "decadentes". A avaliação que
Mário Lago fez da União Soviética também não foi das melhores. Ali, segundo
ele, a produção cultural sofria pelo excesso de gravidade e autoritarismo.
Apesar da decepção com a experiência soviética, Mário Lago jamais
abandonou a militância política. 4
Em 1964, foi um dos nomes a encabeçar a lista dos que tiveram seus
direitos políticos cassados pelo regime militar, e perdeu suas
funções na Rádio Nacional.1
Durante a segunda metade da década de 1960, Mário Lago passou a aparecer
com frequência no cinema, participando com atuações marcantes em filmes
importantes como O Padre e a Moça, Os Herdeiros e Pedro
Diabo Ama Rosa Meia-Noite. Na década de 1970, iniciou uma carreira de
sucesso como ator de telenovelas, com destaque para Cavalo de Aço e O
Casarão.
Em 1989,
ligou-se ao Partido dos Trabalhadores e atuou como âncora dos programas
eleitorais do então candidato do partido, Luís Inácio Lula da Silva,
à presidência da República, em 1998.
Autor dos livros Chico Nunes das Alagoas (1975), Na
Rolança do Tempo (1976), Bagaço de Beira-Estrada (1977)
e Meia Porção de Sarapatel (1986), foi biografado em 1998 por
Mônica Velloso na obra: Mário Lago: boêmia e política.
No carnaval de 2001, Mário Lago foi tema do desfile da
escola de samba Acadêmicos de Santa Cruz.
Em dezembro de 2001, recebeu uma homenagem especial por sua
carreira durante a entrega do Melhores do Ano do Domingão do
Faustão, que, no ano seguinte, ganharia o nome de Troféu Mário Lago,
sendo anualmente concedido aos grandes nomes da teledramaturgia.
Em janeiro de 2002, o presidente da Câmara, Aécio Neves, foi à sua
residência no Rio para lhe entregar, solenemente, a Ordem do Mérito
Parlamentar. Na sua última entrevista ao Jornal do Brasil, Mário revelou
que estava escrevendo sua própria biografia. Estava certo de que chegaria aos
100 anos, dizia Mário, "Fiz um acordo com o tempo. Nem ele me persegue,
nem eu fujo dele".
Morte
Morreu no dia 30 de maio de 2002, aos noventa anos de idade, em sua
casa, na Zona Sul do Rio de Janeiro, de enfisema pulmonar. Para o
velório foi aberto o palco do Teatro João Caetano onde vivera
importantes momentos de sua carreira de ator.1 Até
o fim de sua vida manteve intensa atividade política e mesmo doente chegou a se
engajar na campanha presidencial apoiando o então candidato Luís Inácio Lula da
Silva. Por ter sido estudante do Colégio Pedro II da Unidade São
Cristóvão, hoje em dia existe, em sua homenagem, dentro do colégio o Teatro
Mário Lago, onde ali se faz apresentações culturais de todas as unidades do
colégio desde teatro até apresentações dos corais das unidades. Encontra-se
sepultado no Cemitério de São João Batista no Rio de Janeiro.
(Fonte da biografia: Wikipédia http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1rio_Lago)
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