Conheci o jornalista J. Ciro Saraiva em 1972, na "Gazeta de Notícias", quando esta publicação passou a ser semanal, depois de adquirida por outra empresa jornalística de Fortaleza. Mas ouvia falar no nome dele desde tempos de adolescente. Na Gazeta de Notícias, Ciro integrava juntamente com Moraes Né (editor) e Durval Ayres, o trio dirigente do jornal que, embora tenha tido pouco tempo de vida, trouxe inovação à imprensa cearense: tornou o edição dominical, antes muito fria, em algo vibrante, com, pelo menos uma matéria de impacto, que proporcionava suíte (repercussão e novas abordagens) até pelos concorrentes na semana. O modelo ainda é seguido até hoje.
Sagaz, às vezes sarcástico, mas, como todo boêmio (não o é mais), sempre bonachão (continua a sê-lo), Ciro fazia questão de incutir nos repórteres a busca pelo que está atrás da notícia, para evitar o "jornalismo de declarações", ainda comum na mídia de hoje.
Mas o que me despertava mais atenção em Ciro Saraiva era a preocupação em desvendar fatos obscuros da política cearense do passado.
São marcantes suas entrevistas com políticos, publicadas em diferentes jornais.
O jornalista revelou-se grande pesquisador. Um historiador nato. É o que demonstra os seus dois livros: "No Tempo dos Coronéis" e "Depois dos Coronéis". Com estilo agradável, o autor leva uma vantagem: acompanhou a história de alguns desses fatos não apenas como mero observador, mas como ator no cenário dos acontecimentos.
Foi secretário de Estado em dois governos. Mais livros virão.
Conheci o jornalista J. Ciro Saraiva em 1972, na "Gazeta de Notícias", quando esta publicação passou a ser semanal, depois de adquirida por outra empresa jornalística de Fortaleza. Mas ouvia falar no nome dele desde tempos de adolescente. Na Gazeta de Notícias, Ciro integrava juntamente com Moraes Né (editor) e Durval Ayres, o trio dirigente do jornal que, embora tenha tido pouco tempo de vida, trouxe inovação à imprensa cearense: tornou o edição dominical, antes muito fria, em algo vibrante, com, pelo menos uma matéria de impacto, que proporcionava suíte (repercussão e novas abordagens) até pelos concorrentes na semana. O modelo ainda é seguido até hoje.
Sagaz, às vezes sarcástico, mas, como todo boêmio (não o é mais), sempre bonachão (continua a sê-lo), Ciro fazia questão de incutir nos repórteres a busca pelo que está atrás da notícia, para evitar o "jornalismo de declarações", ainda comum na mídia de hoje.
Mas o que me despertava mais atenção em Ciro Saraiva era a preocupação em desvendar fatos obscuros da política cearense do passado.
São marcantes suas entrevistas com políticos, publicadas em diferentes jornais.
O jornalista revelou-se grande pesquisador. Um historiador nato. É o que demonstra os seus dois livros: "No Tempo dos Coronéis" e "Depois dos Coronéis". Com estilo agradável, o autor leva uma vantagem: acompanhou a história de alguns desses fatos não apenas como mero observador, mas como ator no cenário dos acontecimentos.
Foi secretário de Estado em dois governos. Mais livros virão.
(Transcrito do Diário do Nordeste - Opinião - Ideias - edição de 15/5/13)